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domingo, 14 de fevereiro de 2010

UM SORRISO PRA DISFARÇAR COM PLATINADOS - a crônica de um show

Sua vida era uma lama, mas algo a alegrava, o pé de papoula em frente a sua casa. Vez ou outra arrancava uma flor e sugava o mel adocicado entre o talo e as pétalas. E sorria um sorrisinho meio sem graça para si mesma e fingia que o mundo era uma maravilha. Outro dia foi ao cabeleireiro, folheou revistas ilustradas com variados cortes, desistiu de todos, dá só uma aparada nas pontas mesmo... Morria de medo de mudar, tudo nela já estava enraizado, inclusive o “sorrisinho”.
A+B=B+A
Fomos em casal para o show da Platinados, novamente um sorrisinho pra disfarçar, adorava aquele barzinho, várias pessoas conhecidas e graças as forças ocultas lá tinha umas amigas, mas amigas de verdade, de vários anos e tal, umas pirações... Fomos praticamente os primeiros a chegar, sem intenção vimos algumas pessoas chegarem também, mas melhor dissimular e fazer de conta que nada estava acontecendo, põe um sorriso na cara, ficamos um tempão conversando com Shirokuma e o Tony. O Klinger nos presenteou com as entradas francas, isso foi legal, então pensamos, estamos no lugar certo, deixa a noite rolar, mais gente chegando, a Deusa, A Mar com Andréia, depois a Rê a Erica. Queria pedir Socorro, mas a vida corre rápida, deixa rolar. Clóvis e Julia atenciosos – valeu, a casa estava ficando lotada, esperei a Karla chegar, minha amiga de Orkut, foi à primeira vez que nos vimos pessoalmente, chegou a Jalna, minha amiga estava bela – como sempre, também com um sorriso nos lábios, mas até que nos entendemos, Clovis subiu no palco e disse que o show iria começar, palpitação... Não sei como esse processo se dá – o de gostar, porém de uma coisa tenho certeza gosto muito da Platinados, tenho recordações legais de pessoas legais, de uns ensaios da banda na casa de estudante universitário, o Abajur, a festa do Abajur – umas gargalhadas gostosas, tempo bom, coisa pra guardar mesmo dentro do nosso baú de memórias, a banda está no palco agora, dei um abraço no Afrânio e Gleyce, tava tomando uns “latão de Skol”, bom. Procurei lugar bom pra ficar, achei melhor ficar na frente do palco mesmo com a Apoena, minha amiga das locações artísticas, pulei muito, gritei muito, cantei muito, muito mesmo, com Apoena juntas cantamos ao microfone – foi legal, Rê subiu no palco, ei garota não se vá. Rê... o seu rebolado e a sua saia curta, eu já não sei o que fazer... Rê tudo foi muito bem amiga, te gosto, tudo vai dar certo. Itacoatiara, vamos baby vamos pirar em Itacoatiara... O público foi mais uma vez a loucura com o hino da banda, e o show acabou, mas a noite continua...
A+C=C+A
No sábado de manhã as flores vermelhas contrastam com o céu nublado, cinza. Uma chuva fininha mudava a paisagem da mata, as galinhas encolhidas com as penas molhadas e os pintinhos debaixo de suas asas. O vento frio entrava pela janela e refrescava até a alma, melhor, gelava, o olhar vai longe, o pensamento distante, os cabelos embaraçados, a rua deserta e molhada, praticamente todas as casas fechadas, um sonzinho de Pretenders, café quente com creme craque, de volta a janela, aos pensamentos a solidão com si mesma, sua melhor companheira, passa um carro espirra lama, sua vida era uma lama embaçada, misturada com o frio da chuva fina no sábado de manhã, agora sem sorriso pra disfarçar.
A+D=D+A

2 comentários:

  1. rsrsrsrs... Platinados é legal mesmo. Pena que Klinger seja pirado e não leve nada a sério. Sabia que namorei com ele... meu Jimi Hendrix manauara, só que em vez de guitarra tocava baixo. Bacana essa crônica, sem pretensão, o peso na alma não influiu na leveza da escrita. Boa!Beijo

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  2. relendo essa crônica, fiz uma viagem de volta no tempo

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